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Evento Regional 7 "Hidrogênio Verde: Desafios e perspectivas para sua promoção e implementação na América Latina e no Caribe".

29 de novembro de 2022

Início

Introdução

Na quinta-feira, 4 de agosto de 2022, o evento virtual regional ".Hidrogênio verde: desafios e perspectivas para promoção e implementaçãoo sétimo de uma série de oito eventos virtuais organizados pelo Raw Materials and Climate Project (MaPriC) com o apoio da plataforma LEDS LAC. O MaPriC é um projeto implementado pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento (GIZ), juntamente com o Ministério de Minas e Energia da Colômbia (Minenergia). Esse evento foi organizado em conjunto com os projetos Green Hydrogen Portfolio e Power to X da GIZ Colômbia e com a plataforma H2LAC. O evento contou com a participação virtual de 741 pessoas, principalmente da Colômbia, Chile, Peru e México.

No primeiro bloco, Oportunidades de hidrogênio verde na América Latina e no CaribeHavia quatro membros no painel: Herib BlancoAnalista Power to X em IRENA; Florian KolhammerAssessor Técnico do Escritório de Coordenação da GIZ na Alemanha; Sergio RuizCoordenador do Portfólio H2 da GIZ Colômbia, e Constanza MenesesGerenciador de conteúdo e rede na plataforma H2LAC. Por outro lado, no segundo bloco, Painel de experiências na América Latina e no Caribe Os desafios para sua promoção e implementação foram abordados. O evento contou com a participação de Mônica GascaLíder de hidrogênio no Ministério de Minas e Energia da Colômbia; Luis MarínDiretor do Projeto Hydra (iniciativa que busca permitir que veículos de mineração operem com hidrogênio verde); Juan Camilo MúneraDiretor de Pesquisa e Desenvolvimento da OPEX (representante e distribuidor exclusivo da HOPPECKE na Colômbia), Silvio HeimmanO CEO da Cavendish (uma empresa que promove o desenvolvimento de energias limpas, como o hidrogênio verde) da Grupo Purdy, Daniel PatiñoDiretor Financeiro Adjunto do Fundo de Energia Não Convencional e Gestão Eficiente de Energia (FENOGE) y Janina FrancoEspecialista sênior em energia na Banco Mundial. Este bloco foi moderado por Daniella RoughCoordenador de Projetos Internacionais no Laboratório Nacional de Energia Renovável dos EUA (NREL) e parte da equipe de secretariado global do LEDS GP. Por fim, as mensagens de encerramento e as conclusões do evento foram apresentadas por Omar Guerraengenheiro de pesquisa da NREL, Rodrigo VásquezCoordenador do Programa 4E, GIZ Chile e com Diego GrajalesCoordenador de Mudanças Climáticas do Ministério de Energia da Colômbia.

A gravação e os materiais do evento podem ser revisados neste link.

Principais mensagens

Bloco I. Oportunidades de hidrogênio

IRENA indicou que, embora seja possível usar o hidrogênio verde (H2V) em todo o sistema energético, ele deve ser priorizado em setores específicos em que a eletrificação é complicada ou muito cara, como a indústria pesada e o transporte de longa distância (aéreo e marítimo). Além disso, ele pode ser convertido em outros compostos quando combinado, por exemplo, com dióxido de carbono para formar metanol, ou com nitrogênio para formar amônia.

O H2V é essencial para a descarbonização e, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), também reduz outros poluentes (ele emite apenas água).

O alto custo é uma das principais barreiras para a promoção do H2V, e a inovação é necessária para melhorar o desempenho das tecnologias. Em termos de política, é necessário criar mercados; implementar certificados de redução de emissões durante a produção, o transporte e o uso; e regulamentar o mercado de eletricidade. Do ponto de vista financeiro, é necessário um grande capital para infraestrutura, mobilização de capital e gerenciamento de riscos para novas tecnologias.

Até 2030, o Chile e a Colômbia projetam um cenário otimista em termos de potencial técnico e o custo de produção pode chegar a US$ $1,5 por kg. Esses baixos custos e o potencial técnico são mais do que suficientes para exportar o produto. Entretanto, para que a ALC seja um exportador de H2V, é necessário que os sistemas de certificação sejam compatíveis e levem em conta que será mais fácil exportar derivados de H2V do que H2V líquido. No longo prazo, haverá muita concorrência e muitas opções para os importadores, mas as decisões serão baseadas não apenas nos custos, mas também em fatores geopolíticos.

GIZ Alemanha compartilhou que a Estratégia Nacional de Hidrogênio da Alemanha, publicada em junho de 2020, visa promover o hidrogênio como um elemento-chave para a transição energética na Alemanha e estabelecer uma estrutura regulatória para impulsionar o H2V. No entanto, o governo alemão está atualmente atualizando a Estratégia Nacional de Hidrogênio devido às mudanças ocorridas com a pandemia. Outro fator a ser considerado é o fornecimento de gás, que, devido à guerra, não está disponível na Rússia e quadruplicou de preço, o que teve consequências para o desenvolvimento do mercado de H2V. Ao atualizar a estratégia, foi constatado que são necessárias mais energias renováveis, como a solar e a eólica, e que a energia limpa deve ser integrada a vários setores, como o de transporte e o industrial. No curto e médio prazo, não haverá H2V suficiente, e a melhor maneira de usar o que está disponível precisa ser avaliada.

Há uma grande demanda por decisões políticas do governo alemão para permitir que as empresas avaliem os riscos ao investir e possam desenvolver e aplicar tecnologias abertamente e de acordo com os indicadores de mercado. Há também um desejo de promover e acelerar a economia de H2V não apenas na Alemanha, mas também na Europa, e de manter a liderança alemã em tecnologias de H2V em nível internacional.

Portfólio de projetos de hidrogênio verde (H2V) e Power to X (PtX) da GIZ Colômbia é bastante diversificado, apesar de seu tamanho, e se concentra no desenvolvimento de regulamentações, estudos técnicos, capacitação e geração de alianças estratégicas. Sua contribuição diferenciada é posicionar a Colômbia como referência na região para a produção de PtX (amônio verde). Para incorporar o componente PtX ao roteiro de H2V da Colômbia, estão sendo realizados estudos de pré-viabilidade para produção e uso, estudos de viabilidade com empresas selecionadas e a GIZ México, além de apoio ao desenvolvimento de políticas regulatórias para promover o PtX. No entanto, há desafios para levar o portfólio adiante:

  • Capacitação: há pouca ou limitada disponibilidade de conhecimento técnico, portanto, é necessário um treinamento multitemático sobre questões regulatórias, técnicas e de governança.
  • Relações com o setor privado: O objetivo é formalizar acordos de cooperação e obter compromissos de cofinanciamento. Com a FENOGE, eles têm um banco de dados que lhes permitiu identificar possíveis parceiros para o projeto.
  • Governança: As políticas públicas nacionais e locais precisam ser fortalecidas para que haja maior coordenação interinstitucional. Além disso, a H2V precisa ser estabelecida como parte das políticas estaduais e institucionais de longo prazo.
  • Desenvolvimento tecnológico: são necessárias fontes de energia renováveis suficientes para produzir H2V. Além disso, a oferta de especialistas técnicos em produção de H2V ou PtX que estejam familiarizados com as condições locais é limitada.

H2LAC é uma plataforma colaborativa criada pela GIZ, pelo Banco Mundial, pela CEPAL e pelo Programa Euroclima+ da UE que promove o desenvolvimento do H2V. Seus objetivos são: (i) aprimorar o intercâmbio de informações sobre o desenvolvimento e o potencial do H2V na região, bem como as lições aprendidas; (ii) colaborar com diferentes países; (iii) posicionar a região como um ator importante em energia renovável. Sua missão é concentrar esforços para promover o H2V na ALC. Há potencial na região e muitos países, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Paraguai e Uruguai, já desenvolveram roteiros para aprimorar o H2V.

A plataforma facilita o intercâmbio com as partes interessadas existentes ao longo da cadeia de valor do H2V. Atualmente, a plataforma conta com uma rede de quase 40 parceiros de 13 países, incluindo ministérios de meio ambiente e energia, organizações internacionais, associações de H2 e associações de energia renovável.

Bloco II: Painel de experiências na América Latina e no Caribe

O mundo agora está olhando para o H2V como uma alternativa e uma solução importante para descarbonizar vários setores. Os preços da energia renovável estão caindo, mas não estamos necessariamente prontos para uma transição para o H2V, pois precisamos reconhecer as lacunas para garantir que tenhamos a estrutura técnica e regulatória e as condições de mercado em vigor.

Desafios regulatórios

O Ministério de Energia e Minas da Colômbia não só tem o Roadmap para H2V, mas também publicou em 3 de agosto o decreto regulatório da Lei de Transição Energética (Lei nº 2099), que estabelece as bases para a estrutura do mercado de H2V na Colômbia, atribui responsabilidades a diferentes ministérios e define aspectos importantes sobre o assunto. O Roadmap, no qual o apoio da cooperação internacional (GIZ e BID) foi fundamental, permitirá que o novo governo continue a posicionar o H2V.

Em termos de desafios, é difícil identificar nichos em que seja eficiente usar o H2V. Além disso, será um desafio para o novo governo colombiano continuar implementando e atualizando o Roteiro para tornar o mercado de H2V uma realidade na Colômbia. Outro aspecto a ser considerado é que a tecnologia e os custos variam, o que afeta diretamente as condições propícias para sua promoção.

Desafios operacionais e técnicos

O Projeto Hydra é um consórcio que reúne diferentes empresas que vêm produzindo ou trabalhando com H2V, como Engie, Mitsui, Antofagasta Minerals, EXAGON, entre outras. O projeto tem como objetivo desenvolver um trem de força capaz de operar 100% com H2V em veículos de mineração, substituindo os combustíveis tradicionais.

A pesquisa em mineração é fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias que permitam às empresas de mineração atingir suas metas de produção e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de GEE. Aspectos como peso, volume necessário para armazenamento, local de produção, transporte e localização das estações de reabastecimento, bem como o tempo necessário para o reabastecimento, são essenciais, mas também desafiadores.

OPEX até o momento, realizou os seguintes projetos: instalação da primeira estação (em Medellín) que gera, armazena, purifica e oferece reabastecimento de H2V; levantamento de fundos para obter uma tonelada de H2V para produzir fertilizantes e mobilidade; instalação de células de combustível em veículos elétricos originais com baterias de lítio.

Um desafio contínuo é operar o veículo com H2V e ter estações de recarga suficientes, dado o curto alcance do veículo. Outro desafio é identificar o melhor método de descarbonização. Para isso, eles recomendam manter a abertura e respeitar as opções oferecidas pelo mercado, além de considerar o empreendedorismo.

Na cidade de San José e no norte da Costa Rica, foi lançado um projeto com táxis H2V; trata-se de uma iniciativa bastante abrangente que inclui o fornecimento do veículo ao taxista e sua manutenção, bem como H2V por 8.000 km por mês.

Desafios de financiamento e modelos de negócios

FENOGE lançou a Iniciativa+H2 Colômbia, alinhada com o governo colombiano e com o Roteiro do H2V. A instituição busca integrar e promover o H2V e o hidrogênio azul em toda a cadeia de valor, não se concentrando apenas na produção. Para isso, ela conta com alianças estratégicas com atores importantes, como produtores e financiadores.

Eles estruturam mecanismos de financiamento personalizados e conseguiram identificar diferentes projetos, muitos dos quais orientados para o uso de H2V no transporte e outros para o uso de seus derivados. Da mesma forma, embora apoiem o estágio inicial de definição do projeto, estão interessados em acompanhar as iniciativas até o estágio de implementação, ou seja, buscar fundos e financiamento para elas. Por fim, destacam que é um desafio encontrar recursos adicionais de fontes de cooperação públicas, privadas ou internacionais, gerar alianças e multiplicar o impacto e o escopo desses recursos e fundos.

O Banco Mundial está interessada em promover o uso do H2V, pois ele é fundamental para a descarbonização e para uma transição mais justa, na qual os empregos que serão liberados pelos combustíveis fósseis possam ser absorvidos. Por outro lado, eles pretendem fortalecer as capacidades nesse novo setor de energia e considerar a abordagem de gênero para preencher as lacunas existentes.

Nos últimos anos, eles identificaram um interesse crescente na região da América Latina e do Caribe em promover e desenvolver o H2V, com políticas públicas, regulamentações e roteiros.

Em termos de desafios, foram identificados riscos para o financiamento e a atração de investidores em iniciativas de H2V. Diante desse cenário, o BM busca dar maior segurança a essa nova fonte de energia. O BM busca aumentar a escala desses projetos para reduzir os custos de produção, uma vez que se trata de tecnologias incipientes e piloto,

Mensagem de encerramento

Na América Latina e no Caribe, há sinais claros para a promoção do H2V; cada país tem seus objetivos ambiciosos e metas quantificadas.

Será fundamental que os investidores entendam os riscos, as oportunidades, os custos de capital e que cada país terá um cenário diferente devido às suas regulamentações, políticas e contexto econômico.

A participação social e comunitária também deve ser levada em conta para identificar os benefícios, mas também os impactos negativos, se houver. As parcerias e os esforços conjuntos que trabalham de forma colaborativa são essenciais. A demanda por esse novo combustível deve ser incentivada de forma normativa, a regulamentação e os procedimentos para a aprovação de um projeto devem ser revisados, e os mecanismos e as regras devem ser claros.

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