Em um webinar para jornalistas latino-americanos
"Estão nos oferecendo US$ 5 por tonelada de carbono para conservar as florestas. É um insulto o que eles nos pagam. Somos os proprietários dos bancos de carbono do planeta", disse o Ministro do Meio Ambiente e Energia da Costa Rica, Carlos Manuel Rodríguez, a jornalistas latino-americanos em um webinar organizado na segunda-feira, 27 de maio, para discutir o papel da América Latina no aumento da ação climática na preparação para a COP25.
O webinar foi organizado pelo LEDS LAC, LatinClima, ConexãoCOP e Mudanças climáticas da ONUcom o apoio de Libélulao Ministério do Meio Ambiente e Energia da Costa Rica e o Cooperação Espanhola e contou com a participação de mais de 120 participantes de vários países da região.
Rodríguez também disse que a Pré-COP na Costa Rica será realizada de 8 a 10 de outubro. Ele também enfatizou que tanto a Pré-COP quanto a COP25 serão espaços nos quais as negociações relevantes serão efetivamente realizadas; por exemplo, aquelas relacionadas ao Artigo 6 do Livro de Regras do Acordo de Paris, mas elas devem ser orientadas para a implementação: "parem de falar e se concentrem mais na ação", enfatizou.
De acordo com o hierarca, para aumentar a ação climática na América Latina, há uma falta de ambição nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), bem como níveis "inaceitáveis" de desmatamento e uma falta de envolvimento de mais áreas do governo, como os ministérios das finanças.
Com relação a isso, ele também destacou a análise financeira que os países devem realizar para examinar os custos evitados com a adoção de medidas climáticas. Ele enfatizou que tomar medidas que ajudem as comunidades a se adaptarem melhor a eventos climáticos extremos é, em última análise, mais barato do que lidar com os danos posteriormente.
Ele também enfatizou a necessidade de investir em adaptação, especialmente em uma região como a América Latina, que está sofrendo os impactos das mudanças climáticas. Nesse sentido, ele incentivou os países a planejar e elaborar medidas que não dependam necessariamente da cooperação internacional, mas que aproveitem as fontes de financiamento que as nações já possuem.
Ele também enfatizou que sociedades mais bem informadas e conscientes são as que podem dar continuidade à ação climática, independentemente de quem vencer as eleições nos países. Nesse sentido, o papel dos jornalistas e da mídia na informação e no exercício do controle político é considerado fundamental por Rodríguez.